Eu estou preso num sentimento, distorcendo palavras para eliminar dores. Arrumando um jeito impossível de tornar essa rotina sentimental e deprimente numa anomalia incomum e saudável. Buscando uma forma de tornar o sangue que corre nas minhas veias, puro e inocente. Gritando aos quatro cantos do mundo o que está entalado em minha garganta e preso entre dois pulmões. Sorrindo para o crepúsculo ao entardecer de mais um dia, quando deveria estar jogando copos na parede. Desejando alguém que não se lembra de mim. Apegando-me fácil e dificilmente esquecendo. Sendo aparentemente a única pessoa do mundo que ainda sabe o significado de um “eu te amo”. Sendo a única pessoa do mundo que ainda fala de sentimentos quando verdadeiros e deprimentes. Sendo a única pessoa do mundo cheia de péssimos hábitos.
* Bloodstream, de Stateless
Por Alexandre Tavares.